8 de março de 2016
É NA ÁGUA FUNDA QUE ESTÁ O MELHOR PEIXE
Conversar com quem seja bom no seu ofício sempre permite o aprendizado de coisas interessantes. Foi o que aconteceu outro dia, quando um peixeiro de Santos deu uma curta aula sobre tipos de peixe. Tem peixe de água doce, de água salgada, de água fria e de água mais quente. Tem peixe gordo e tem peixe magro. Tem peixe de carne azul e peixe de carne branca. E por aí vai. É uma ciência. Sem falar na culinária. Saber qual peixe é mais adequado para o preparo de determinado prato é coisa para especialista.
Mas voltando para a curta aula do outro dia, aprendi que o ditado “É na água funda que está o melhor peixe” tem sua razão de ser. O peixe de água funda é um peixe que gosta de águas frias e, para manter sua temperatura interna superior à da água do seu habitat, come bem, tem um aparelho circulatório apropriado e desenvolve uma boa gordura, o famoso ômega-3, tão elogiado por médicos e nutricionistas.
Mas o que come este tipo de peixe? Ele come outros peixes menores e lulas. Ele não come sujeira. Um paladar requintado que se reflete na qualidade e sabor de sua carne.
Assim acontece com o Meca. Ele é natural das águas profundas do oceano Atlântico, adora comer atum e peixe dourado e não dispensa uma lula. É um peixe agressivo porque tem uma verdadeira “espada” na sua parte frontal, ferozmente usada no momento da busca de seu alimento, bem como no momento em que percebe que foi fisgado por um arpão ou por uma rede de pescador.
Depois de fisgado, somos nós que disputamos o Meca. Sua carne é macia e saborosa, por muitos, chamada de “picanha do mar”. Picanha?! Hum, isso lembra churrasco, isso lembra O Costelão. Exatamente! No Costelão tem Meca no espeto, o peixe preferido da região santista.
Em tempo: Meca no espeto é uma excelente pedida para a semana santa, para aqueles que vão deixar a carne de lado mas, não abrem mão de um bom… churrasco!