8 de fevereiro de 2017
Diga-me como cortas o gado e te direi de onde és.
Neste mundo globalizado em que vivemos, há os defensores de um só padrão de corte de carne bovina porque, dizem, isso facilitaria o comércio de carne entre nações, barateando o custo para todos.
O argumento é válido, mas ele logo perde força quando se pensa no aspecto cultural que está embutido no processo de corte de carne. Quer ver? O que você acharia se um novo modelo de corte de carne tirasse a picanha de cena? O que diria um argentino que perdesse seu bife de chorizo? Americano trocaria um “T bone steak” por um bom pedaço de alcatra? Acho que não…
Os cortes são muito variados e um dado interessante do porquê destas variações de corte passa pela forma de manuseio do pedaço de boi. No Brasil, a carne é comumente desossada de forma manual, o que gera um menor volume de lixo de carcaças, inclusive, porque temos mão de obra disponível para isso. Nos Estados Unidos, a realidade é outra: não tem mão de obra em abundância para isso. Usa-se máquinas para agilizar o corte e baratear custo.
Não é curioso? Por isso que é importante comprar carne de boa procedência para que a picanha seja picanha de verdade e bife de chorizo seja um autêntico argentino ou uruguaio. É um cuidado que você não vê…mas sente na hora de comer um bom pedaço de carne.